domingo, 8 de maio de 2011

AOI (5)

Parte cinco postada! Na que parte seis o bagulho começa  ficar bem interessante...

CAPÍTULO I - PARTE V
O vulto que ria

Havia uma cannaccheria perto da Brancazulada a qual todo dia em 30RHA no 2º QHI Nestore tomava um cannacchi e pensava um pouco. Às vezes chamava um amigo, mas geralmente ia sozinho, como nesse dia.
O lugar estava vazio, no domingo as pessoas geralmente não vinham. Então a porta se abre e um vulto entra. Olha ao redor e avista Nestore. Vai até ele e o cumprimenta.
– Oi, eu sou Will, o cara de mais cedo lembra? – disse o garoto.
– Oi. Eu sou... você lembra meu nome? – disse Nestore.
– Haha, – riu Will – Nestore, certo?, posso me sentar?
– Pode. – Nestore olhou com seu olho (o único) para a cara de Will desconfiado.
– O que tem de bom aqui? – perguntou Will olhando pro balcão.
– Numa cannaccheria? Acho que você podia pedir cannacchi. – Nestore era seco e sarcástico o tempo todo.
Will riu – Isso tem gosto de que?
Nestore olhou assombrado para Will. – Você nunca bebeu cannacchi!? – Se virou e chamou o garçom – Fath, rápido! O humano nunca bebeu cannacchi!
– Carambola! Vou trazer um o mais rápido possível! – Fath, o garçom, se apressou em fazer um cannacchi o mais rápido possível. O fez e o trouxe correndo com uma frota de garçons e uns três clientes atrás para ver como o humano reagiria. Todos fizeram um círculo ao redor da mesa, alguns cochichando.
Will estava começando a ficar assustado quando Fath pôs a bebida quente em cima da mesa. Deu um gole. – Argh!, isso é amargo.
Isso causou um baque em todos, inclusive em Nestore. Pareciam ter levado um soco. Aos poucos, o círculo se dissipou com pessoas derrotadas voltando à cozinha ou mesmo indo embora, todas indignadas.
– Hunf, humanos. – disse Nestore pegando sua xícara e tomando mais um pouco.
– Me desculpe. Eu não sabia que vocês levavam isso tão a sério. Que paranóia, haha. – disse Will em tom de brincadeira.
O que você disse? – Nestore ficou tão assustador naquele momento que sua voz mudou de tom para ficar igual à de um demônio.
– Nada, nada! – Will ficou realmente com medo. Imagine uma cara pálida com um tapa-olho vermelho, olheiras e um vasto cabelo azul olhando pra você com a mesma cara do Ceifador Sinistro.
– Cannacchi não é brincadeira para os luny. – Sua expressão voltou ao normal e até pareceu ficar mais corado de novo. – No passado, foi motivo para guerras e grande discórdia.
– Sério? Nossa!, essa bebida deve ser demais mesmo, hein? – Will tentou dar mais um gole, mais não conseguiu resistir.
– Tente botar mais açúcar, humano. – Nestore desprezava a cena ridícula.
– Huh, pode me chamar de Will..., se quiser. – Will ainda se recuperava da expressão ameaçadora.
– Tente botar mais açúcar, Will. – disse Nestore rindo. Ficaram rhas e mais rhas conversando. No dia seguinte, o encontro se repetiu assim como no resto da semana. Encontraram muitas afinidades, riram muito e contaram muito de suas vidas e gostos. Em algum tempo, se tornaram bons amigos e até íntimos um do outro.
Will contou que havia nascido na cidade-grande. Sua família era conhecida e respeitada por ter vários membros no exército, seu pentavô [1], por exemplo, tinha chegado a ser o Marechal Supremo[2]. Seu pai era um General-de-Divisão e pouco se viam. Quem o havia criado e dado toda a atenção era seu irmão Gill e sua mãe Samanta (ou Sammie como a chamavam). Também falou que apesar de gostar muito de Gill, achava ele muito conservador e antiquado.


[1] Pentavô é o avô do avô seu avô. Um neologismo.
[2] É o cargo mais alto do exército da República Suprema de Baron

Um comentário:

  1. vasdalan@yahoo.com9:32 PM

    Keep up the good work. Your writing is innovative and intriguing; your drawings are enticing and very pleasant to look at. Have you thought of having posters done with some of your works? The Lennon one is specially well done and the others display your young, curious mind.

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